Naquela manhã, eu saí para caminhar, como faço desde que iniciei o meu processo de emagrecimento.
Eu caminhei em direção à praia, distraída com os meus pensamentos e não reparei que o céu dava
sinais de mau humor.

Curiosa, parei para dar uma olhada e tirar uma foto, mas o
desconfiado pescador não quis posar de modelo e saiu de cena, acho que só não levou
a canoa por ser pesada demais.
Eu fiquei meio contrariada, mas continuei o caminho.
Pensei: O medo afasta as pessoas e impede que coisas boas
aconteçam.
Logo em frente, encontrei um filhote de passarinho que estava literalmente preso a uma cruz. Tão pequenino, não conseguia superar uma
barreira inofensiva e deixava a sua família desesperada. Era impossível não
ouvir os gritos que vinham dos pássaros acima da minha cabeça.

Quando percebi que ele estava agoniado demais para continua
tentando, me aproximei para ajuda-lo, nessa hora ele ganhou o céu.
No fundo, acho que preferiu arriscar e morrer buscando a
liberdade a viver preso nas mãos de uma estranha.
Pensei: o medo, quando não paralisa, obriga a sair da zona
de conforto e ousar.
Estava com esse pensamento na cabeça quando senti os
primeiros pingos da chuva. A princípio, eu pensei em me esconder como o
ressabiado pescador.
- Mas, por quanto tempo eu poderia me esconder da chuva, e
se durasse o dia todo?
Eu decidi ousar, como fez aquele pequeno pássaro que encontrara havia poucos minutos.
E foi assim que nessa manhã eu andei na chuva, sem me
preocupar com o frio, o cabelo desalinhado ou uma futura pneumonia.
Caminhei devagar, deixando a chuva molhar até a minha alma.
Pensei: A felicidade tem o cheiro de terra molhada.
Vc está demais...adorei a crônica...medo da chuva...bjs
ResponderExcluirMamãe
Adorei... Dani... simples e profundo como tudo que vc escreve!
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