quinta-feira, 10 de julho de 2014

Quando o Brasil vai crescer?


Sempre que ouço críticas ao meu país e ao meu povo tento me convencer de que ainda estamos engatinhando em termos de cidadania.
Eu tento mesmo acreditar que somos uma nação muito jovem e que ainda carregamos na alma o sentimento de inferioridade, ranço do período monárquico, que eu chamo de “síndrome de colônia”.
Com essa justificativa eu busco me convencer de que o Brasil é o país do futuro.
Mas, hoje, o dia amanheceu cinzento e, seja por conta disso ou pelo fato de ainda estar sentindo o gosto amargo da derrota do Brasil no jogo contra a Alemanha, eu já começo a achar que esse futuro está demorando muito a chegar.
O pior é achar que o futuro para o qual o meu país caminha não é o mesmo que eu sonhei pra ele.
Eu estou sentindo que preciso reavaliar os meus conceitos sobre o meu país, pois as minhas justificativas parecem ter se transformado em desculpas, como o cego que não quer enxergar.
O desastre na Copa do Mundo não é nem de longe o nosso maior problema, é apenas menos uma referência positiva da qual o nosso povo poderá ser orgulhar. 
Fica a saudade do tempo em que tínhamos o melhor futebol do mundo. 
Quando o Brasil vai crescer?
Nós somos vistos como um povo alegre e hospitaleiro por quem zomba de nós e rouba as nossas riquezas. 
Eu me pergunto até quando vamos achar graça em ser sacaneado? 
Para o Brasil crescer, nós precisar crescer também. 
Cadê o nosso orgulho, meu povo!
Não culpo a seleção pela derrota do Brasil na Copa. Os jogadores e a equipe técnica pelo menos entraram em campo para jogar.
Eu culpo os conformistas, aqueles que ficam esperando um país melhor, mas não fazem nada para que isso aconteça.  
Chegamos ao fundo do poço e só sairemos dele com atitudes.
Eu gostaria daqui pra frente de ver mais investimentos dos empresários nos esportes, os políticos apoiando as categorias de base e os pais dando tanta importância para as aulas de educação física quanto dão para as outras matérias.
Nós lamentamos a derrota do Brasil, mas na maior parte do ano não nos interessamos sobre qual o orçamento que o país destina para os Esportes e como é dividido entre as categorias.  Como podemos ser campeões do mundo se não nos preparamos para isso?
E que o sentimento de orgulho faça com que passemos a nos envolver mais em todas as áreas que são importantes para nós, como saúde, educação, entre outras. Sim, porque para alcançarmos a vitória antes precisamos entrar em campo, vestir a camisa e jogar.
Não basta gritar por mudanças, nós temos que ser essa mudança.
O povo do nosso país não tem tradição de promover ações de filantropia ou se dedicar a trabalhos voluntários. Nós precisamos mudar isso.
Devemos parar de acreditar que vai surgir um governo com a fórmula mágica que resolva todos os nossos problemas sem que a gente precise se esforçar.  
É preciso que a gente se comprometa com o país. E que o governo que for saiba que terá mais de 200 milhões de brasileiros na sua cola, cobrando e participando das principais decisões.
É necessário trazer Brasília para as nossas casas, nossas mesas de jantar, nossas conversas com os filhos e com todos os amigos. Vamos discutir o Brasil.
Enquanto isso não acontecer, continuaremos perdendo de goleada e culpando os outros por isso.
Cresce, Brasil!

  

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