domingo, 1 de maio de 2016

Deserto do Atacama: Se eu estiver sonhando, não me acorde!




No terceiro dia no Deserto do Atacama fizemos o tour para às Lagunas Miscanti e Meñiques, Piedras Rojas, Salar de Talar e a Reserva Nacional dos Flamingos.  O guia da agência Latchir passou no hotel por volta das 6h30, estava escuro quando subimos na van e durante o caminho assistimos o sol nascer atrás das montanhas. 


Esse tour dura o dia inteiro, termina por volta das 19h00, e inclui o desayuno (café da manhã) e o almoço.
Quando chegamos às lagunas Miscanti e Meñiques, a 4.200 metros, na base da Cordilheira dos Andes, não tinha ainda nenhum grupo de turistas, além de nós, e tivemos o privilégio de ter aquele paraíso somente para nós. 


A sensação é de que o tempo parou. A falta de vento faz com que a água não se mexa e se transforme em um espelho, que reflete toda a paisagem a sua volta.
O clima no Deserto do Atacama oscila demais. Naquela hora da manhã, o termômetro registrava 2º graus. Muito frio. Mas, o lugar é belíssimo, com paisagens de tirar o fôlego e muitos animais selvagens. 


O guia nos explicou que, há milhões de anos, essa paisagem era muito diferente. As águas provenientes da alta cordilheira escorriam livremente frente aos vulcões Miscanti e Meñiques banhando toda a área até o Salar de Talar. 


Porém, há menos de 1 milhão de anos, uma erupção do vulcão Meñiques interrompeu o avanço das águas, que ficaram represadas e formaram as atuais lagunas.
 

Nesta área, existe uma grande variedade de fauna e flora. Algumas espécies mais comuns e fáceis de observar são: patos, gaivotas, coelhos e raposas.   Ali também é a rota de trânsito das vicuñas, nós vimos muitas pelo caminho. 


Para preparar o nosso desayuno, o guia escolheu um lugar protegido do vento, com vista para as lagunas. Ele mesmo arrumou a mesa, com uma toalha colorida, que você vai encontrar em quase todos os comércios de São Pedro, e serviu um tipo de pão redondo e grosso, típico da culinária local, queijo e presunto, chá e café. Tudo simples e saboroso 


Das lagunas altiplânicas, continuamos o circuito até chegar a Piedras Rojas, denominada assim devido à cor avermelhada das rochas vulcânicas que existem no local.  
 


Esse foi um dos lugares mais lindos que eu já visitei na vida. Senti uma grande paz. As cores vibram e contrastam, criando um cenário de sonhos. 

Muito inspirador. Amei cada minuto. 


De lá fomos até o Salar de Talar, que circula a Laguna Tuyajto, com águas de azul turquesa, celeste e branca.

O Salar de Talar possui 46 km de extensão, de superfície branca, coberta de sal. É uma sensação estranha caminhar sobre o sal congelado. 

Eu me senti na lua, ou seja, o que imagino ser a lua, kkkk.
  
O nosso grupo almoçou no pequeno vilarejo chamado Socaire, cuja economia é baseada na agricultura, criação de gado e artesanatos. 


Ali visitamos uma antiga igreja construída com técnica de adobe e telhado de palha e saboreamos uma deliciosa sopa de carne e legumes. 


Neste pequeno vilarejo, eu experimentei pela primeira vez a carne de lhama. É uma carne vermelha (apesar do nosso guia dizer que era carne branca, com baixo colesterol), que lembrou muito a carne de panela. 


Nosso almoço foi poliglota. Além de nós, brasileiros, na mesa tinha casal canadense, um rapaz inglês e três franceses. Na saída tentei gastar o francês que eu não tenho, kkkkk. É melhor rir do que chorar!


O passeio continuou até o Salar do Atacama, onde fica a Reserva Nacional dos flamingos. Tudo muito calmo. Os animais não se incomodaram com nossa presença, mesmo os mais próximos. Continuaram a comer e nos ignoraram completamente. Estava muito calor. 

O caminho até a Reserva é meio chato, o carro chacoalha sem parar pela estrada de terra. É possível ver as montanhas e dos dois lados da pista existe somente um campo vasto coberto de sal, terra e pedras.

Quando avistei o vilarejo de Toconao, senti que estava chegando a um oásis no deserto. Durante todo passeio, foi primeira vez que vi árvores. 


Apesar de a primeira impressão ter sido boa, o passeio não empolga. Em Toconao tem uma pracinha, a igreja de São Lucas e algumas lojinhas.
Nesta noite, ao voltar a São Pedro do Atacama, nós jantamos no Restaurante La Estaka. Provei canelone com frutos do mar e uma taça de vinho branco. Delicioso. Foi o melhor restaurante da viagem.

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