sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Dicas de Passeios no Jardim Botânico do Rio de Janeiro


Eu não acredito que alguém possa ir ao Rio de Janeiro e não visitar o Jardim Botânico.
Próximo a Lagoa Rodrigo de Freitas, ele é um refúgio do caos da cidade e do burburinho das praias.
Sempre que vou ao Rio, eu procuro visitar esse lugar, seja para caminhar, sentir o cheiro da terra e o frescor das plantas ou simplesmente para refletir.
O gostoso é chegar bem cedinho e, antes de começar o passeio, tomar um café reforçado
Dentro do Jardim Botânico tem duas cafeterias muito charmosas, mas se você tiver disposição para caminhar pelo bairro também vai encontrar opções interessantes. 



Na última vez em que estive lá, eu tomei o café da manhã na Casa Carandaí, que serve apenas produtos artesanais. Vou colocar o link para você clicar e conhecer mais sobre esse lugar. 


Existem pelo menos duas entradas para o Jardim Botânico. A principal delas nos leva por uma avenida cercada por palmeiras imperiais até chegar a uma fonte de águas. 


Esse é um dos cartões postais da cidade. 


No ângulo certo é possível fotografar a fonte e a imagem do Cristo Redentor, no Morro do Corcovado. 


Próximo à fonte tem uma árvore com raízes enormes, onde foi colocado uma placa: Espaço Antônio Carlos Jobim. O cantor e compositor era frequentador assíduo e apoiador do Jardim Botânico. 
Dizem que sempre que ia ao parque gostava de abraçar essa árvore. Daí surgiu a ideia da homenagem. 


O Jardim Botânico foi fundado com o nome de Real Hôrto, em 13 de junho de 1808, pelo príncipe regente, D. João. 


Ele foi criado para abrigar uma fábrica de pólvora e um jardim para aclimatação de espécies vegetais originárias de outras partes do mundo. 


Não podemos nos esquecer que a família real portuguesa veio ao Brasil fugindo dos ataques de Napoleão, mas ainda existia o temor de uma possível invasão da França. 


A Casa da Pólvora funcionou até 1831, quando então foi desativada. Hoje, bem ao lado dessa casa, tem um espaço com exposição de plantas medicinais e também uma lanchonete.
Enquanto estive lá, percebi a presença de um grupo de macaquinhos. 

 
Sobre a aclimatação das espécies, Dom João pretendia fazer experiências que dando certo poderia resultar em uma nova fonte de renda para o país. 


Para adquirir conhecimentos sobre a cultura do chá preto, por exemplo, o príncipe regente mandou vir chineses para o Brasil. 
Nas décadas de 1820 e 1830, ali colhiam-se anualmente cerca de 340 kg da folha. Contudo, o sabor da planta não foi aprovado no mercado internacional e o cultivo decaiu nas décadas seguintes. 


Dom João visitava o Real Hôrto com frequência e plantou com suas próprias mãos uma palmeira que veio das Antilhas, que hoje é a famosa palmeira real ou palmeira imperial ou palma mater. 


Segundo uma lenda sobre o Jardim Botânico, a palmeira imperial começou a frutificar em 1829 e o administrador da época, chamado Serpa Brandão, com a intenção de preservar o monopólio da instituição sobre a espécie, determinou que se queimassem anualmente todas as suas sementes. 


Porém, dizem que os escravos que trabalhavam no jardim levantavam-se durante a noite e, subindo na árvore, colhiam as sementes e as vendiam. Daí a imensa difusão dessa espécie pelo Brasil, tornando-se símbolo de status. Diversas fazendas ostentavam alamedas com palmeiras-imperiais. 


São inúmeras as atrações no local. Existe alas de palmeiras centenárias, orquidário, cactos, cachoeiras, lagos, inclusive, com plantas aquáticas gigantes, as chamadas Vitória Régia. 


Bem pertinho do lago com as Vitórias Régias, fica o Espaço Clarice Lispector. A escritora ia até lá para buscar inspiração e apenas “ser” como escreveu em uma das suas crônicas. 


Existem também atrações de caráter histórico, como o portal da antiga sede da Academia Real de Belas Artes, que foi demolido no século 20 e levado para o Jardim Botânico. 


O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o mais antigo em funcionamento no Brasil e o único sob administração do governo federal desde a sua criação. 


Hoje, além de ser um espaço de lazer, também é um centro de pesquisas importantes na área da botânica. 
Um pouco deste conhecimento pode ser visto nas denominações das plantas, todas estão sinalizadas por seus nomes científicos. 


Eu sempre saio do Jardim Botânico com a sensação de estar indo embora sem ter visto tudo e é verdade. O lugar é grande demais para ser visitado em apenas um dia. 


A minha dica é não ter pressa, aproveite enquanto estiver lá para relaxar e depois volte outras vezes. É uma fonte de paz e conhecimento que merece ser absorvida aos poucos.

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