quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

O que eu vi na aldeia indígena Kambeba, no Rio Negro

A minha primeira impressão quando visitei aldeia Kambeba localizada na comunidade Três Unidos, no Rio Negro, foi de um lugar tranqüilo, organizado e bastante civilizado. Confesso que esperava um ambiente mais selvagem.   

Havia muitas flores pelo caminho, arrumadas de forma caprichosa e delicada.

As construções de madeira eram muito sólidas e bonitas, algumas são usadas como salas de aula, outras abrigam os professores que vem de Manaus.


Nós passamos em frente a uma Pousada, com wi-fi, que faz parte do projeto de turismo de base comunitária, gera renda e promove a vivência intercultural.

Logo, eu pensei: - Eu quero ficar aqui por um bom tempo.  Ainda está nos meus planos! 

Na segunda metade do século XVII, o povo Kambeba era conhecido por Omágua, que quer dizer "Povo das águas”.

O nome Kambeba vem do Tupí (Akanga: Cabeça; Pewa: Chata) e faz referência ao costume que existia na tribo de deformar a cabeça dos meninos recém-nascidos por meio de duas talas, tornando- as alongadas.

 O costume já não existe há muito tempo, mas o nome permaneceu. Segundo o nosso guia, os indígenas da etnia Kambeba são originários da cabeceira do Amazonas, região entre o Peru e o Brasil.

“No passado, viver à margem do rio era como morar nas asas do dragão todos temiam a Anaconda (cobra sagrada). O povo Kambeba era muito admirado”, disse.   

Ao contrário de outros indígenas que cobrem seus corpos com penas, eles produzem suas roupas de algodão e pintam de diversas cores e formas.


Durante nosso passeio, eu vi muitas coisas interessantes e a escola, sem dúvida, foi uma delas. 

Mas, também passei em frente a um ponto de entrega voluntária de material reciclável, que depois de coletado é transportado até a cidade de Manaus.



Alguns detalhes demonstram a preocupação em reaproveitar o material reciclável, como esses vasinhos de garrafas pets.


O guia nos contou que o Posto de Saúde está precisando de uma reforma.


Passamos por muitas palmeiras, entre elas o Buriti, e o canto dos pássaros nos acompanhou durante todo o passeio. Uma sinfonia linda!


Também chamou a minha atenção uma igrejinha católica, construção singela e bem cuidada.

Eu li que os Kambeba têm os “rezadores”, sabem rezar em latim, uma língua desconhecida dos demais grupos.




No final do passeio, eu visitei a feira de artesanatos, onde eram vendidas roupas, biojóias, cestaria e objetos decorativos em madeira. 


Depois das compras, me juntei ao grupo para ouvir os cantos e dançar em roda com a comunidade. 

Como foi bom ter ido conhecê-los, me senti realmente em paz, pena que durou pouco.

Se você gostou, leia também: Aldeia indígena Kambeba é referência em educação intercultural  




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