quinta-feira, 21 de junho de 2012

Constrangimento



A história de um padre, no estado do Rio Grande do Sul, que negou dar a primeira comunhão a um menino autista, de 14 anos, para evitar constrangimento para a família, caso o mesmo não abrisse a boca para receber a hóstia, foi publicada no jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira, dia 21, e me faz refletir. 
De um lado a família acusa o padre de ser preconceituoso. Alega que tinha preparado uma grande festa para celebrar a primeira comunhão do filho e foi surpreendida com essa atitude.
O padre disse, por outro lado, que o menino durante o ensaio, realizado há 2 semanas, não quis abrir a boca para receber a hóstia e que não deu a primeira comunhão para evitar um constrangimento maior a família.
O que mais incomoda nesse desencontro de opiniões é a palavra constrangimento.
Não seria mais correto se preocupar com o bem estar do menino, deixá-lo à vontade, demonstrar carinho e compreensão com a sua dificuldade de abrir a boca.
Uma família que tem um parente autista convive com o imprevisível e será mesmo que ficaria assim tão constrangida caso o filho não quisesse receber a hóstia?
E agora vamos supor que na hora da comunhão o menino reagisse de outra forma, abrisse a boca e recebesse a hóstia?
Qual nome o padre daria a isso?
 Não vejo como possa ser constrangedora uma situação que envolve um sentimento tão elevado, como é a comunhão com Cristo. 
Pensamentos ruins e maliciosos são a causa de constrangimento. Pensar, por exemplo, que o menino não quer abrir a boca para receber o corpo de Cristo é um deles.
Eu acho mais simples acreditar que o menino vê a hóstia como de fato é: uma mistura de farinha de trigo e água e não quer experimentar por não estar com fome.
Mas, isso não quer dizer que não aceite a Cristo de todo o seu coração. Apenas que mantém essa comunhão em outro nível. 


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