A história de um padre, no estado do Rio Grande do Sul, que
negou dar a primeira comunhão a um menino autista, de 14 anos, para evitar
constrangimento para a família, caso o mesmo não abrisse a boca para receber a
hóstia, foi publicada no jornal Folha de São Paulo, nesta quinta-feira, dia 21,
e me faz refletir.
De um lado a família acusa o padre de ser preconceituoso.
Alega que tinha preparado uma grande festa para celebrar a primeira comunhão do
filho e foi surpreendida com essa atitude.
O padre disse, por outro lado, que o menino durante o
ensaio, realizado há 2 semanas, não quis abrir a boca para receber a hóstia e
que não deu a primeira comunhão para evitar um constrangimento maior a família.
O que mais incomoda nesse desencontro de opiniões é a
palavra constrangimento.
Não seria mais correto se preocupar com o bem estar do
menino, deixá-lo à vontade, demonstrar carinho e compreensão com a sua
dificuldade de abrir a boca.
Uma família que tem um parente autista convive com o
imprevisível e será mesmo que ficaria assim tão constrangida caso o filho não
quisesse receber a hóstia?
E agora vamos supor que na hora da comunhão o menino
reagisse de outra forma, abrisse a boca e recebesse a hóstia?
Qual nome o padre daria a isso?
Não vejo como possa
ser constrangedora uma situação que envolve um sentimento tão elevado, como é a
comunhão com Cristo.
Pensamentos ruins e maliciosos são a causa de
constrangimento. Pensar, por exemplo, que o menino não quer abrir a boca para
receber o corpo de Cristo é um deles.
Eu acho mais simples acreditar que o menino vê a hóstia como
de fato é: uma mistura de farinha de trigo e água e não quer experimentar por
não estar com fome.
Mas, isso não quer dizer que não aceite a Cristo de todo o
seu coração. Apenas que mantém essa comunhão em outro nível.
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