terça-feira, 5 de setembro de 2017

Bons voos via Super Petrel

Por Valeria Souza Ramos

Sou casada com um homem que ama voar. Ele iniciou sua experiencia aérea com aviões planadores no sul da França, mas precisou abandonar seu hobby depois que nos casamos, pois nossa rotina familiar não o permitia. Como uma esposa companheira e também esportista, o incentivei a voar de paraglider, um tipo de equipamento mais barato e flexível. Fizemos juntos um curso e voávamos pelos Alpes da Europa. Fiz meu batismo aqui na praia de Barequeçaba, ao lado de casa. Pela primeira voei sozinha, comandando minhas próprias asas, desde o morro de Barequeçaba até Guaecá. Foi uma experiência única e fantástica.
Depois de oito anos vivendo na Europa, nosso destino nos levou a um país onde não temos tanta liberdade. Mudamos para a Arábia Saudita, onde meu marido foi trabalhar e tivemos que abdicar dessa sensação prazerosa de voar. Por restrições militares e por segurança, a companhia de trabalho dele nos proíbe voar.
Meu grande piloto deu duro, se esforçou ao máximo, trabalhando arduamente em um regime oriental no deserto da Arábia Saudita. Graças a Deus, ele foi sempre respeitado por sua competência e profissionalismo. Voou por muito tempo apenas em um simulador de voo (Flight Simulator) para não perder a prática. Percebendo sua paixão por voar, decidi concordar com seu desejo de comprar um equipamento que lhe trouxesse de volta o prazer de voar, desta vez nos ares da nossa querida pátria amada.




Há dois anos ele adquiriu um Super Petrel, um hidroavião fabricado no Brasil, pela Scoda Aeronáutica (em Ipeúna, no interior de São Paulo), que já é considerado um êxito mundial por sua autonomia e praticidade.


Trechos do nosso Vale do Paraíba


O hidroavião fica em um hangar no interior de São Paulo. Este é um trecho do trajeto que meu marido precisa voar até chegar ao nosso litoral na praia de Barequeçaba, nossa predileta em São Sebastião.


Para fazer jus a esta conquista, aproveitamos cada dia das férias aqui no Brasil, com sol e clima favorável, para voarmos pela costa brasileira. Claro que iniciamos nossos voos pelo amado litoral norte de São Paulo. É impossível não se encantar com a mística Ilhabela.



Ilhabela já está bem explorada pelo turismo, mas ainda assim há muitas praias primitivas, de difícil acesso, belíssimas cachoeiras, com vegetação exuberante, vilarejos de caiçaras e um mar de cor celestial, que nos remete ao Caribe. Aliás, não deixa nada a desejar!




Voando desde Ilhabela à Ilha Grande observamos muitas ilhas, ilhotas, casarios de caiçaras, mansões à beira mar, procissões de barcos pesqueiros e muitos cantinhos primitivos onde ainda pretendemos um dia “amerissar”, ou seja, pousar o hidroavião na água.


Em uma região totalmente praiana, claro que as delícias que prevalecem são os frutos do mar. Este é o casadinho, prato típico de farofa de camarão do restaurante Dona Ondina, em Paraty.



Voamos literalmente sobre o Bonete, que há 15 anos visitamos juntos, normalmente por trilha. Desta vez tivemos a honra de amerissar um hidroavião por lá, para a alegria e curiosidade dos boneteiros, que pela primeira vez visualizaram este tipo de transporte.


Estar acima de nuvens douradas é uma sensação única, sem explicação. Meu coração se acalenta com o silêncio e paz...


A cada praia descoberta, sentir a espessura da areia na mão me confirma que se cada grão é único, quem somos nós para questionar tamanha beleza deste paraíso. Somos apenas seres do nosso criador maior, do Ser Divino, que criou este mundo tão especial para nós. Sejamos gratos sempre. A natureza é encantadora. Que possamos evoluir para melhor respeitá-la. Quero ser um grão de areia grossa, porém dourada...
Neste post procurei mostrar um pouquinho desta bela região através do voo no avião anfíbio, o hidroavião. Nos próximos vamos realmente emergir no azul anil de cada uma destas praias.



















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