Hoje eu tive uma notícia que me deixou sem palavras.
Estava de saída do trabalho, quando a minha colega me chamou para dar a notícia que era o seu último dia ali, pois aceitou um convite para prestar serviço em outra empresa
Eu sei que a mudança vai ser positiva, mas confesso que fiquei emocionada. Você pode pensar:
- O que é isso? Quanto exagero? Ninguém morreu.
E você tem razão. Eu e ela somos pessoas exageradas.
Vivemos assim, no botão do “super”. Por isso, brigamos demais, choramos demais, rimos demais.
Eu nunca imaginei que um dia estaria escrevendo esse texto. Se me contassem isso há 5 anos, seria motivo de piada.
Confesso que já estragamos muita coisa entre nós. A primeira vez em que trabalhamos juntas, nós não nos entendemos e o clima azedou. Começou mal e terminou quase pior.
Somos superlativas: amamos a vida, odiamos nossos inimigos, nos apaixonamos pelas causas, falamos alto e quase sempre demais.
Percebe que falei de nós?
Pois é, há pouco tempo eu descobri que somos parecidas. Não pense que essa conclusão foi fácil para mim.
Eu sempre pensei em nós duas como sendo dois seres de planetas distantes e opostos.
Mas, a vida me deu a oportunidade (e agradeço a Deus por isso) de compreender que não se deve julgar sem conhecer.
Depois de um longo período, já com alguns cabelos brancos, nós nos reencontramos.
Não vou mentir que fiquei apreensiva quando soube que ela viria trabalhar no meu departamento. Ela nunca me disse isso, mas acho que no fundo do coração também sentiu uma ponta de apreensão.
Não queria repetir as mesmas brigas de outrora, viver os mesmos desencontros de palavras, andar na defensiva.
Queria continuar a viver em paz.
E paz, meu amigo, é tudo que essa colega desconhece. Ela é agitada, do “balacobaco”, por onde passa arrasta poeira e não deixa nada por menos.
No começo, nós duas estávamos meio desconfiadas. Somos estouradas, mas somos espertas o bastante para nos controlar na frente dos outros, não dar vexame.
Não sei exatamente quando baixamos a guarda, mas isso aconteceu em algum momento quando aprendemos a rir uma com a outra. E, principalmente, a rirmos de nós mesmas.
E não é que descobri que ela é muito engraçada? Ainda é super responsável, preocupada e que sabe carregar os seus problemas como se não pesassem mais que uma pluma?
Ela é leve.
Quando recebi a notícia de que não trabalharíamos mais juntas, senti as lágrimas surgirem nos meus olhos. E enquanto escrevo estou tentando contê-las.
Vou realmente sentir a falta dessa colega que tira a minha paz, mas ao mesmo tempo me tira da zona de conforto e obriga a seguir em frente.
Dessa vez, o nosso encontro foi um acerto de contas.
Mas, eu sinto que vamos nos encontrar muitas vezes, espero que o próximo encontro seja no dia do casamento dela.
Vixi é melhor eu acabar o texto por aqui, pois se ela souber que eu disse isso... ai, ai, ai vai ficar brava, mas é só para não perder o costume.
A vida foi realmente boa conosco, possibilitou que a gente se reencontrasse, agora com mais sabedoria e experiência, revisse os nossos erros e acertos e retomasse a nossa amizade antiga de infância.
Sou agradecida a vida. Eu quero comemorar a partida da minha agora amiga como se fosse um recomeço, o dia em que eu descobri o quanto vou sentir falta da companhia dela todas as manhãs.
Só resta desejar boa sorte por onde quer que ela vá e torcer para que continue brilhando e sacudindo a poeira!
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