Quem acompanha moda sabe que há algum tempo o trabalho manual com aplicação de rendas e delicados detalhes de costuras, assim como os tricôs e crochês nunca estiveram tão em alta. Junto a tecidos de alta tecnologia, as tramas artesanais ganham vida e importância.
Engana- se, porém, quem pensa que por trás delas estão apenas mulheres com idades das nossas avós ou que vivem em comunidades isoladas dos grandes centros urbanos e sem qualquer noção de moda.
É um universo ultra feminino que poucos se dão conta que existe, mas está aí mais forte do que nunca.
Quem pensa que costura é coisa da vovó está realmente por fora do circuito da moda e completamente desatenta para um estilo de vida delicado.
A Silvia, proprietária da Loja Pitaya, em São Sebastião, é uma das pessoas que tem um estilo assim. Ela aprendeu a gostar de costura com a sua avó e hoje tem a sua própria marca de langeries e pijamas.
Eu já sou cliente da loja dela há algum tempo e sempre dou uma passadinha para ver as novidades. A maior qualidade das peças é o conforto, mas as estampas nada tradicionais também são um luxo.
Ultimamente eu tenho ficado encantada com as calcinhas feitas de um tecido bem fininho, com estampas grandes de flores e frutos, super fresh, super verão!
A Silvia é o tipo de mulher que não segue tendência e com um estilo próprio sabe mesclar peças de marcas famosas com outras desconhecidas, tudo com muito bom gosto. E esse olhar único ela traz para as suas coleções.
Na conversa, eu descobri que a Silvia faz parte do time de mulheres que não tem vergonha em assumir que segue os conselhos da avó e preserva pequenos gestos quase esquecidos nos tempos modernos, como enrolar brigadeiro para festinhas de aniversário junto com a família.
Silvia faz parte de um grupo de mulheres que não segue moda, mas cria tendências. Você consegue se reconhecer como parte desta troup?
Veja a
entrevista que eu fiz com a Silvia e inspire-se!
Encantes – Há quanto tempo você trabalha com moda? Conte um pouco
da sua experiência na área?
Silvia - Trabalho com moda há 8 anos, comecei fazendo bolsas de
brincadeira, agradaram tanto que, quando eu me dei conta, em pouco tempo, eu
estava com ateliê montado em minha casa, com duas costureiras trabalhando para
mim. Das bolsas, arrisquei blusinhas, depois vestidos, saias e daí eu não parei
mais. Sou autoditada, como havia feito um curso técnico de desenho da
comunicação, eu tentava enxergar o tecido como se fosse um papel, aprendi a
fazer moldes na raça, com acertos e erros.
Encantes– Você sabe
costurar? Com quem aprendeu?
Silvia - Minha avó é a minha grande musa inspiradora. Desde pequena
sempre fui enjoada para comprar as minhas roupas, me lembro que a minha mãe
ficava impaciente e brava comigo por eu não gostar de quase nada, rsrs. Minha
avó nos acompanhava e com toda calma e carinho dizia: - A vovó vai fazer uma
roupa para você, vamos comprar tecido. Quando eu passava férias em São
Sebastião, íamos a "Casa Esperança", até hoje quando eu vou comprar algo por lá
me recordo com muito carinho. Cresci com muita vontade de aprender a costurar,
mas nunca tive tempo, a vida me levou para outros rumos ainda que, em segredo,
tivesse a minha própria máquina guardadinha...Na verdade, eu não costuro muito
bem, sou mais de criação, molde e cortes.
Silvia - Bem, vim morar na praia há quase 4 anos e no início tentei vender as minhas roupas, mas a dificuldade de encontrar boas costureiras acabou desanimando. Precisava fazer algo e comecei a observar a cidade e ver o que faltava para mim e as mulheres em geral. Achei que langerie seria uma boa opção, pesquisei marcas com preço e qualidade, achei no princípio que só venderia peças prontas, mas o “bichinho da costura e da criação” é mais forte e lá fui eu novamente em busca de costureiras e desta vez consegui encontrar! A cidade é pequena e trabalhar com langerie é fácil, pois você pode ter quantidade da mesma peça, estampa e cores porque ninguém vai ver e se queixar que tenham igual, diferente das roupas.
Encantes – No caso da langerie, existem modelos diferentes para cada
tipo de mulher?
Silvia - Sim. Cada vez mais a tecnologia caminha junto com o conforto
e a beleza. Há uma infinidade de modelos de calcinhas e sutiãs, cada um para o
biótipo diferente.
Encantes – O que a mulher deve observar na hora de comprar a
langerie?
Silvia - A mulher deve se conhecer bem e escolher o que valoriza o seu corpo. Eu acho que conforto é fundamental, todas
nós sabemos o quanto é desagradável ficar incomodada e preocupada com a roupa
íntima, não é verdade?Silvia - Muita renda, muita cor neste verão. Amarelo, turquesa, laranja, estampas digitais... Mas, acredito que a moda hoje em dia é muito diversificada, cada um faz a sua e eu acho isso ótimo.
Silvia - Ame- se. A verdadeira beleza está no brilho do olhar, no sorriso, na alma. Aceite-se assim do jeito que você é.
Loja Pitaya - Moda Íntima
Rua Antônio Cândido, 237
Centro - São Sebastião
(12) 3892- 6277
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