Com tempo escasso, eu e minha mãe tivemos que deixar algumas atrações de lado, mas nos divertimos muito |
Imagine uma criança num parque de diversões! Senti-me exatamente assim ao ir, pela primeira vez, à Festa Literária Internacional de Paraty, Flip. São tantas atrações para vivenciar, informações novas, pessoas de tudo quanto é lugar, cidade lotada e um clima muito, mas muito extasiante e empolgante! Parece que o mundo para. Tudo fica suspenso devido ao festival. É mágico!
Eu já suspeitava que fosse assim. Mas a experiência de estar lá, ao vivo e a cores, é sem dúvida inesquecível. Ainda mais ao lado da minha mãe, professora de Língua Portuguesa e Literatura, pedagoga e uma ótima companheira de viagem.
Nossa passagem pela Flip foi rápida. Ficamos apenas um dia e meio. Por isso, tivemos que entrar num consenso e escolher o que fazer, deixando - com dor no coração - algumas atrações de lado. Mas divertimo-nos muito! Assistimos de pertinho a uma mesa de debates com o jornalista Caco Barcellos.
Os jornalistas Caco Barcellos (à direita) e Micha Glenny (no centro) contaram suas aventuras ao desbravar morros cariocas tomados pelo tráfico de drogas |
Sentadas no chão, na Praça da Matriz, participamos de uma animada conversa entre os cronistas e escritores Marcelo Rubens Paiva, Xico Sá, Maria Ribeiro e Gregório Duvivier. Andamos muito pelas ruas de pedra do charmoso centro histórico. Visitamos exposições, entramos em casarões e até passeamos no Morro do Forte.
A festa ocorreu entre os dias 29 de junho e 3 de julho. Contou com a participação de 39 escritores e um público de cerca de 30 mil pessoas. Em sua 14ª edição, homenageou a poetisa brasileira Ana Cristina Cesar. Considerada como um dos principais nomes da década de 1970, Ana C. (como ficou conhecida) misturava em seus textos elementos do cotidiano e aspectos de sua intimidade. Além da poesia, dedicou-se à crítica e à tradução literária.
Um palco montado ao lado da Praça da Matriz recebeu autores no debate “Você é o que você lê". Aqui estão Marcelo Rubens Paiva, Xico Sá, Maria Ribeiro e Gregório Duvivier |
Sem dúvida nenhuma está aí um passeio que entrou para a minha agenda! Eu e minha mãe deixamos Paraty fazendo planos para a edição do ano que vem. Eu também voltei para casa com um desejo enorme de escrever, escrever, escrever...
Do alto dos casarões era possível ouvir o burburinho animado do público que prestigiou a Flip |
Como disse no início, o clima da Flip é empolgante! Sou jornalista, então escrever é meu ofício e minha grande paixão. Essa experiência me deu um ganho de ânimo, vitalidade, disposição e inspiração. Esforço-me diariamente para que esse sentimento perdure e entre de vez na minha rotina. Ultimamente ando tateando novas vivências. Após longos anos de trabalho “formal”, brinco que vivo em um momento sabático. E certamente ir à Flip não foi por acaso.
Para encerrar esse texto, uma poesia de Ana C.
Beijos e até nosso próximo encontro!
“Também eu saio à revelia e procuro uma síntese nas demoras. Cato obsessões com fria têmpera e digo do coração: não soube. E digo da palavra: não digo (não posso ainda acreditar na vida). E demito o verso como quem acena e vivo como quem despede a raiva de ter visto”.
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