quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Conheça a casa onde viveu Rui Barbosa



A Fundação Casa de Rui Barbosa está localizada no bairro de Botafogo, Rio de janeiro, um lugar para apaixonados por livros e por história.

Ela foi criada com o objetivo de preservar a memória do político, diplomata, advogado e jurista brasileiro, que também era conhecido como o “Águia de Haia”.




Rui Barbosa ganhou esse apelido por ter representado o Brasil na Conferência de Haia, que aconteceu em Genebra, onde foram assinados os primeiros tratados internacionais sobre leis e crimes de guerra.

Daí é possível ter uma ideia do prestígio dele na época.

Nascido na Bahia, em 1849, Rui Barbosa mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1879, ao ser eleito para a Assembleia Legislativa da Corte Imperial.


Em 1895, ele se mudou com sua esposa, Maria Augusta Ruy Barbosa, e os seus cinco filhos, para a casa no bairro de Botafogo.

Dizem que ele decidiu comprar a casa porque precisava de espaço para instalar sua imensa Biblioteca.

Conhecido por ser muito estudioso e amante de livros, quando estava em casa, ele passava a maior parte do tempo em sua biblioteca, lendo ou estudando.


Foram necessárias quatro salas para guardar toda a sua coleção de livros. Sem dúvida, a Biblioteca é o cômodo mais importante da casa.

O jurista morou nesta casa até a sua morte, em março de 1923.

Quando ele faleceu, a casa, os móveis e objetos foram vendidos para o governo federal para que fosse criado esse museu.

corredor da ala íntima
No dia 13 agosto de 1930, o lugar foi inaugurado pelo Presidente Washington Luís.

Cada cômodo da casa recebeu o nome de algum momento marcante da vida pública do político. Nem todos estavam abertos ao público no momento da minha visita.

Logo após subir as escadas, eu cheguei a Sala de Haia, que corresponde ao escritório de Rui Barbosa.


A Sala Habeas Corpus foi o nome dado ao quarto do casal.

É uma referência ao 1º Habeas- Corpus, impetrado por Rui Barbosa, em 1892, junto ao STF, em favor dos militares, poetas, jornalistas e membros do Congresso que foram exilados ou demitidos durante ditadura de Floriano Peixoto.


Sala Pró-Aliados é onde a família recebia as visitas.

Na parede tem uma espécie de campainha, usada para chamar os criados. Era considerada muito moderna para a época. Dizem que Rui Barbosa gostava de tecnologia.


A Sala da Federação era destinada a bailes e recepções.


Ao lado fica a Sala Buenos Aires, onde eram realizados os saraus de música e poesia.


Finalmente, a Sala da Constituição, que corresponde à biblioteca.


Ela recebeu esse nome por conta da contribuição de Rui Barbosa na elaboração da primeira Constituição Republicana do Brasil, quando exercia a função de Ministro da Fazenda, cargo que ocupou entre 1889-1890.


Abaixo está o despacho de Rui Barbosa em resposta a um ex- dono de escravos que pedia indenização pelos prejuízos causados pela Lei Áurea. 


Então cheguei a Sala Civilista (corresponde a um dos anexos da biblioteca e o lugar preferido de Rui para trabalhar, recebendo o apelido de “gabinete gótico”)


Na Sala do Código Civil está a escrivaninha onde o jurista revisou o Código Civil Brasileiro de 1916, que acabou ficando bastante conhecido por conter mais de 100 emendas ao documento original.


Antes de voltar ao térreo, caminhei até a Sala João Barbosa, a sala íntima onde Rui Barbosa recebia os convidados após o jantar.

Era aqui que os homens se reuniam para fumar e conversar sobre política.


Ao lado, fica a Sala Bahia, onde está a sala de jantar que era usada quando a família recebia convidados.


A Sala Questão Religiosa era usada para refeições íntimas.


Antes de ir embora, eu ainda fui conhecer a cozinha.


Próximo da cozinha fica uma sala que era usada como apoio pelos criados que trabalhavam durante os jantares da família

Naquela época, os donos da casa eram servidos à mesa, um serviço demorado e trabalhoso.

Nesta sala de apoio da cozinha repare no filtro de barro com o brasão da República. Também no filtro da parede, algo muito moderno para a época. 
E o que você acha dos banheiros. Olhar para eles não é como voltar ao tempo?

Banheiro da área íntima

Banheiro da área próxima à cozinha
O jardim da casa-museu é uma parte importante da Fundação Casa de Rui Barbosa. Mesmo sendo o jardim original, ele sofreu diversas revitalizações ao longo dos anos.


Foi um dos locais de lazer da família Barbosa. No jardim, o escritor exercia o seu amor pela jardinagem.


Além de preservar a memória de Rui Barbosa, essa Casa Museu é uma das mais importantes instituições brasileiras de cultura e preservação de documentos.

Ela guarda acervos literários de escritores brasileiros como: Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Maria Clara Machado, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Rubem Braga, entre outros.


Nem preciso dizer o quanto gostei de ter conhecido esse lugar. Um dia foi pouco, com certeza eu voltarei outras vezes.

O Museu está aberto ao público de terça a sexta-feira, das 10h às 17h30. Sábados, domingos e feriados, das 14 às 18h. O jardim está aberto todos os dias, das 8h às 18h. Entrada franca.


Nenhum comentário:

Postar um comentário