O auge do meu passeio ao Amazonas foi a visita ao povo indígena Kambeba que, há 30 anos, deixou o Rio Solimões para viver na margem do rio Negro em busca de melhores condições de vida.
Aos 14 anos, tendo estudado até a 5ª série, Raimundo foi escolhido para ser o professor da aldeia e iniciou uma luta contra a discriminação para poder estudar e se especializar na área da educação.
Atualmente, ele é graduado em Pedagogia Intercultural Indígena, com especialização em Gestão de Escola. Também está se especializando em Gestão em Projeto e Formação Docente, e fazendo mestrado na Universidade Federal do Amazonas.
“Hoje eu digo que sou indígena, não um indígena faz de conta, mas um indígena da atualidade, que vive hoje a realidade dos avanços tecnológicos, dos conhecimentos do não índio”, afirma.
Ele me contou que a primeira escola da aldeia foi construída com palha, não tinha caderno, lápis, borracha, mesa ou cadeiras.
“As crianças sentavam no chão. Meus materiais didáticos eram sementes, folhas, galhozinhos das árvores..., mas isso ajudou a me fortalecer muito”.
Com o apoio do governo do Estado e do município, a escola de palha foi substituída por uma de madeira e, em 2013, foi construída a escola nova, climatizada e com acesso à internet.
Barco usado para transportar os alunos de outras comunidades até a escola |
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