segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Da- lhe o poder e verá quem é na fila do pão

De todos os defeitos que uma pessoa pode ter, o pior deles é se mostrar superior com quem está em posição de desvantagem e não tem como se defender. Se aproveitar de um cargo político, por exemplo, para ofender, humilhar ou ignorar um funcionário, alguém que busca auxílio ou apenas quer ser ouvido.

Nos meus anos de profissão na vida pública, eu já vi cenas de fazer doer o coração.

Pessoas tomando “chá de cadeira”, horas e horas numa sala de espera, sem receber nenhuma explicação. 

O pior mesmo foi presenciar homens, com idade do meu pai, tomando broncas na frente de um bando de idiotas, fofoqueiros, que transformaram isso em piada de bar.

Eu também já passei por situações complicadas, em que me senti desrespeitada e sem nenhum valor.

Quando se trabalha num ambiente onde o poder desperta o melhor e o pior das pessoas é impossível passar ileso.

No entanto, guardo também boas lembranças. Já tive chefes políticos com corações bondosos e humildes, com quem tive a alegria de conviver.

Essas pessoas existem e possuem algo em comum: a GENTILEZA com que tratam as pessoas, sem fazer nenhuma distinção.

Eles me ensinaram que o significado da palavra gentileza não consiste em dizer sempre sim, concordar com tudo, sorrir, dar tapinhas nas costas e beijinhos no rosto.

Mas, estar disposto a ouvir o outro com atenção, sem ficar olhando para o celular ou interrompendo, e emitir opinião se colocando no lugar de quem vai recebê-la.

A gentileza não é um estado de espírito ou um dom com o qual nascemos. Ela pode ser aprendida e se fortalece, ganha corpo, conforme praticada no dia-a-dia.

Quem pratica a gentileza, deixa a alma mais bonita, o resto é consequência.

 

 

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