Ele é um cara amarrado, sorri pouco e fala menos ainda.
Por isso, ninguém entendeu quando escolheu se casar com a moça mais quituteira da cidade.
Os dois formam o tipo de casal curioso.
Ele de fato não faz conta de ser simpático. Mas, ela não parece se importar.
Se fosse diferente, todos perceberiam, pois ela não faz o tipo que guarda o sofrimento apenas para si.
Sempre risonha, cobre de elogios o amado. “Ele é tão lindo!”, diz.
As amigas, incrédulas, sorriem: “Coitada, está louca!”, pensam.
Mas, embora ninguém seja capaz de enxergar, o casal de fato é feliz.
As diferenças que os separam também os unem.
Eles são como uma receita de bolo, que tem tudo para desandar e dar errada, mas dá certo.
Uma pitada de alegria dela, com outra de mau humor dele.
Seguida de uma colher de sopa da tagarelice dela e outra da quietude dele;
Mais um punhado de amor sem razão, um copo de compromisso e noites de remelexo no quarto, resultam na receita ideal.
Ideal, claro, para saborear a dois.
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