Sabe quando a gente tem a sensação que o universo quer passar um recado?
As coisas vão acontecendo e sempre a mesma lição: não se apegue ao passado, siga em frente!
Eu sei que o certo é ser assim, deslizar na onda e deixar fluir
Simples seria se eu fosse simples, mas sou um tanto complicada.
Vira e mexe eu sinto saudades do que passou, como quando eu trabalhei no Jornal Imprensa Livre pela primeira vez.
Era tudo tão romântico... eu realmente acreditava que podia fazer a diferença. Os donos eram idealistas e me faziam sentir um pouco como Dom Quixote correndo atrás de moinhos de vento.
Mas, então, surgiu a oportunidade de um novo emprego, com um salário pouco melhor e eu segui em frente.
Ainda voltei para trabalhar no jornal outras vezes, mas nada se comparou aquela primeira experiência.
Na semana passada, eu comprei a revista Vida Simples, que traz na capa o título: A Fila Anda. Novamente me deparei com o tema sobre a necessidade de seguir em frente, desapegar do passado.
Percebi que não apenas eu tenho dificuldade de virar a página. Muita gente não consegue seguir em frente presa a uma lembrança do passado.
O passado é importante, claro que é. De certa forma, ele nos constrói. Mas, também pode ser um grande peso.
Por exemplo, quando deixamos de viver o presente.
Quantas pessoas você conhece que tem medo de entrar em um novo relacionamento porque ainda não conseguiu esquecer uma experiência ruim do passado?
Ou não deixa o atual emprego, que detesta, porque não esquece o tempo em que ficou desempregada?
E aquela que, mesmo muito bem casada, não consegue ser feliz, porque vive comparando o marido com um ex-namorado.
O certo é que as coisas nunca mais serão iguais. Por mais que o seu antigo amor volte para você, nada será como antes.
Simplesmente porque vocês não serão as mesmas pessoas.
Nós somos resultados das nossas experiências e nos reconstruimos todos os dias.
A cada pessoa nova que nós conhecemos, sabores, filmes e livros que experimentamos, lágrimas e sorrisos que despertamos em alguém ou que alguém desperta em nós são como tijolinhos que vão somando novas experiências e moldando nosso caráter.
A pessoa que eu fui quando trabalhei pela primeira vez no jornal já não existe mais. Por mais que eu sinta saudades e volte a trabalhar lá, já não encontrarei os mesmos companheiros e, se encontrar, certamente eles também não serão os mesmos.
Ontem, eu fui assistir ao filme Madagascar 3 com os meus filhos e novamente eu recebi essa mensagem do destino.
Na cena final quando os animais chegam ao portão do zoológico, felizes por finalmente terem voltado para casa, após um longo tempo, percebem que nada é como antes.
Eles se transformaram durante a viagem.
A viagem é a vida real, o passado é uma ilusão.
Amiga, você como sempre sensacional em suas colocações. Um texto como este, num dia chuvoso como este nos faz parar e olhar ao redor. Bjo gde flor
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