E mais um Dia dos Namorados se aproxima, dessa vez, não
vai ter a Copa do Mundo para tirar o brilho desta data, que é amada por uns e
odiada por tantos outros.
Eu estou aqui em frente ao computador tentando escrever um
texto sobre o amor e pensando nos casais que conheço e estão juntos há muitos anos, apesar dos altos e baixos.
O que esses casais tem em comum é o modo como sempre conseguem encontrar algo para admirar em seus parceiros, mesmo quando isso parece impossível.
E concluí: Apesar de nós, o amor pode sobreviver.
Eu deveria estar escrevendo um texto sobre o amor mas, eu só consigo pensar no desamor, no quanto deve ser triste
não se sentir amada ou não ter a quem amar.
Isso é ruim sempre, mas no Dia dos
Namorados é ainda pior.
Eu não sou uma pessoa que chora muito fácil, mas eu sempre
fico emocionada com gestos de compaixão.
Aqueles gestos simples e inesperados, mas capazes de devolver
o amor próprio. O sentimento de que a vida é boa e pode dar certo.
Você pode estar pensando: - O que a compaixão tem a ver com
amor? Para mim tem tudo a ver.
Compaixão significa para mim: querer- com – paixão, com –
entrega, com- tudo- que- vem- com- ele.
Para um namoro sem compromisso, isso parece exagerado.
Mas, para quem pretende namorar o mesmo homem ou a mesma mulher para a vida toda é preciso levar isso a sério:
- Todos os outros sentimentos que existem em um relacionamento
vêm antes da compaixão.
A paixão...
É possível olhar e não enxergar, tocar e não sentir, ficar
perto, praticamente colado (o dia todo é pouco!), mas não estar junto pra valer.
A paixão passa.
E se o casal ainda estiver junto, o que vem depois da paixão
é o que a maioria de nós chama de amor.
É quando o lenço cai dos olhos e a realidade aparece com
seus sabores e dessabores.
O amor é um perigo, maior do que a própria paixão. Porque a paixão é cega, mas o amor não é. Amar é enxergar o outro além da aparência.
Nesta fase do relacionamento, surgem os tais
questionamentos:
- Onde eu estava com a cabeça quando jurei amar e respeitar
essa pessoa na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte nos
separe?
E como estamos falando sobre a passagem do tempo, são
inevitáveis as comparações.
- Ele não tinha essa barriga quando nós namorávamos. Não
roncava tanto. Era mais vaidoso.
É ou não é?
O amor está longe de ser aquele oásis sossegado, tranquilo e
tedioso. Isso é falta de amor, não vamos confundir.
Duas pessoas que se conhecem tão bem sabem como machucar uma
a outra, tocar no ponto fraco.
São os melhores amigos e os piores inimigos.
Mas, aí entra a compaixão, da qual falávamos no início do
texto. Sem compaixão, o amor é autodestrutivo.
Esse sentimento é o que torna as relações mais profundas e constrói
os verdadeiros laços eternos de amor e amizade.
É a compaixão que faz com que dois estranhos caminhem juntos
durante toda a vida e busquem sempre o melhor um do outro.
Nós todos somos cheios de defeitos, feitos de metade treva e
outra metade luz.
O que você enxerga quando olha para a pessoa que está ao seu lado?
Se estiver apaixonado, você vê uma pessoa perfeita!
Se estiver amando, você já descobriu que perfeição não
existe!
Se você tiver compaixão por ela, a perfeição deixa de ser
uma busca.
E você vai perceber que mais importante do que ter uma
pessoa perfeita é ter alguém que te queira bem de verdade e está ao seu lado.
Que te queira com-paixão, com- tudo-que-vem-junto, como-pai,
como-pão, como-as-coisas-são.
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