Sabemos que educar é uma obrigação dos pais, mas a escola
também tem um papel importante neste processo.A mensagem que os educadores passam nas salas de aulas tem
forte impacto na criança e servirá como base para formação do seu caráter.
Não é uma questão de passar responsabilidades dos pais aos
professores, mas de saber que a educação quando é compartilhada tem uma chance
maior de chegar à mente e ao coração do aluno.
A competência da escola pode ser avaliada de várias formas: os
resultados apresentados pelos alunos nas provas de vestibular, a capacidade de
estimular a prática de bons valores na família e na sociedade, atividades que
visam o autoconhecimento, entre outros.
Todas as alternativas são importantes e devem ser
consideradas, mas para chegar a uma resposta razoável, além de avaliar o
potencial da escola é preciso também levar em consideração a personalidade da
criança ou do jovem.
Quem é o seu filho? Você sabe do que ele gosta? Quais são os sonhos dele? Ele é um sonhador ou tem espírito mais competitivo? Convive bem em um ambiente mais convencional ou é um espírito rebelde?
Essas perguntas devem ser feitas na hora de escolher a
escola onde o seu filho vai aprender sobre o mundo e também a identificar os
próprios talentos e potenciais. A
proposta da escola deve estar em sintonia com a personalidade dele.
Caso contrário, o aprendizado será motivo de sofrimento e
angústia e para ter sucesso em qualquer atividade é preciso estar feliz.
Aliás, eu desconfio que uma pessoa quando é feliz já é um
tremendo sucesso.
Eu me lembro de quando mudei de cidade e da dificuldade que
foi encontrar uma nova escola para os meus filhos.
Após uma pesquisa, onde levei em consideração o ensino, o valor
da mensalidade e a localização, eu cheguei a três boas alternativas e deixei que
eles decidissem em qual delas gostariam de estudar.
Das três escolas, a minha preferida tinha um estilo meio
alternativo, que permitia a presença de bichinhos de estimação e onde tinha uma
horta muito bonita... Ah, como eu queria ter estudado numa escola assim quando
tinha a idade deles.
Mas, para minha surpresa, os meus filhos não gostaram. Eles
optaram por uma escola enorme, com ensino religioso, onde se adaptaram com
facilidade e foram muito felizes.
Aonde eu via liberdade, eles viram desorganização e se sentiram um pouco perdidos. Foi isso o que me disseram um tempo depois.
Hoje eu vejo que eles estavam certos em seguir os próprios
instintos e me sinto feliz por ter respeitado a personalidade deles.
Como pais nós nos preocupamos com a segurança dos nossos filhos
porque, se for cumprida a lei natural da vida, nós não ficaremos ao lado deles
para sempre para protegê-los e garantir que não lhes falte nada.
A tendência da maioria de nós é garantir que os filhos
estudem em uma escola que apresente resultados concretos e não apenas
subjetivos, como alegria, ânimo e criatividade. Queremos ver os números!
Nós, que já estamos mais calejados, sabemos que não importa
o estilo de vida que os nossos filhos vão escolher no futuro, se vão ter uma
vida nômade ou serão caçadores de borboletas, eles serão avaliados sem
escrúpulos pelos seus resultados nessas áreas.
O mundo é capitalista e cruel.
Mas, apesar do que sabemos e de todos os nossos medos, também não podemos ignorar que o conhecimento sozinho não faz de ninguém um sucesso na vida profissional ou pessoal.
Eu tenho refletido sobre isso e estou tendendo a pensar que
para construir um mundo mais humano, além de aprender os números e as letras,
os nossos filhos precisam aprender os valores que são verdadeiramente importantes
para construir uma sociedade mais bondosa e justa.
É a combinação de tudo isso que fará com que os nossos filhos
continuem progredindo e se desenvolvendo como jovens amáveis e brilhantes.
PS: Meus filhos, eu peço
desculpas por escrever esse texto somente agora, quando um já está na faculdade
e o outro prestes a se formar no ensino médio. Talvez essa conclusão tenha
vindo tarde demais. A maturidade vem com o tempo. Espero não ter errado muito
com vocês, só o suficiente.
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